31 de agosto de 2007

Fazenda desiste de comprar 44 mil Offices

BRASÍLIA - A Receita Federal suspendeu o leilão para a compra de
44.087 licenças do Microsoft Office 2007.

O leilão estava marcado para 30 de agosto. A decisão foi tomada hoje
(29), durante reunião entre o secretário-executivo do Ministério da
Fazenda, Nelson Machado, o secretário-adjunto da Receita Federal
responsável pela área de tecnologia, Jânio Castanheira, e o presidente
do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Mazoni.

A reunião foi motivada por uma campanha encabeçada por defensores da
adoção do software livre, que pediam o cancelamento do leilão. Eles
argumentam que valor das licenças, avaliado em R$ 40,9 milhões, é um
gasto desnecessário quando há programas gratuitos com aplicativos
funcionalmente equivalentes aos do Microsoft Office.

"Acreditamos que esses R$ 40,9 milhões podem ser utilizados em outras
atividades que atendam aos requisitos de publicidade, economicidade e
transparência, como em projetos tecnológicos voltados para a
democratização da informática", afirmou o coordenador adjunto da
Associação SoftwareLivre.Org, Gustavo Pacheco.

Ele acrescentou que não faz sentido a Receita Federal utilizar
aplicativos privados quando há um compromisso do governo, defendido
pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sua carta aberta
ao Fórum Internacional Software Livre, pela utilização dessa
alternativa.

E lembrou que vários órgãos públicos, como o Serpro, Dataprev, Banco
do Brasil, Correios e Caixa Federal, já utilizam o BrOffice, similar
ao Microsoft.

O próprio Nelson Machado, quando ministro da Previdência, determinou a
aquisição de mais de 10 mil computadores para o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) sem a compra de licenciamento Microsoft Office e
com a instalação do BrOffice.

"Suspender o leilão foi uma atitude sensata do Ministério da Fazenda.
Eles reconheceram que há outras possibilidades", afirmou Pacheco, para
quem o gesto simboliza a "vitória do bom senso" e responsabilidade com
o gasto público.


Fonte: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/082007/31082007-1.shl